Ora bolas, branquinha!

Um sábado lindo no Rio de Janeiro! Branquinha chega na praia do leme em busca de água fresca e ganhar uma corzinha em paz, com a mãe e irmã.  Tem espaço na areia sobrando e o mar está, para sua surpresa, calmo e limpo. Bons sinais. Alguns amigos aproveitam para fazer uma rodinha e bater uma bola, por volta das 13h. Ué, mas não tem uma lei dizendo que só pode depois das 17h?! Como ninguém reclama, o jogo segue em frente. Outro grupo se junto ali perto com outra bola. Um salva-vidas passa e nada faz. Mais alguns ratos de praia se levantam otimistas para também jogar bola. Outro salva-vidas passa e parece nem notar. Dois adolescentes percebem que está tudo liberado e se animam. Mais uma roda surge com mais uma bola. Branquinha está com calor e, por causa da insistência da irmã, decide entrar no mar tão limpinho e calminho (uma raridade no leme!). A água está fria demais para seu gosto, branquinha prefere ficar na beira. Mas tá difícil encontrar um espaço ali perto de tantas rodas de futebol, hein?! Bolas vão e bolas vem…ora bolas, ninguém vai reclamar, nem o salva-vidas que está passando num “trator”?! Os adolescentes quase acertam branquinha e ela não se contém. Pega a bola e diz: Não vou devolver!

Adolescente (com cara de assustado): Mas a bola é minha!

Branquinha (irritada): Não vou devolver!

Adolescente (com cara de nervoso): Eu quero a minha bola!

Branquinha sai revoltada pela areia com a bola na mão e vai até a cadeira em que sua mãe está assando no sol, reclamando muito: Isso é um absurdo! É proibido jogar bola nesse horário perto da água!

Adolescente segue branquinha, também revoltado e com uma certa tristeza no olhar: A bola é minha, você tem que devolver!

A mãe de branquinha pega a bola e entrega para o adolescente, que agradece e volta a jogar, no mesmo lugar de antes, com o mesmo amigo.

É branquinha, você está certa, mas se as autoridades não se importam e tem muito mais errados do que certos na briga, vence quem tem mais gente no time. Branquinha resolve ir embora, revoltada.

Campanha do dia:  Cada um no seu quadrado! Não jogue bola perto do mar antes das 17h. A praia não é sua.

O que o Rio de Janeiro deveria aprender com Paris

Como é bom caminhar por uma rua e não ter que passar por um saco plástico largado, um papel amassado ou outros lixos sujos. O que parece ser um sonho no Rio de Janeiro (e um bom motivo para os garis precisarem passar em testes físicos para exercerem a função) em Paris é uma realidade. A cidade já é linda, com prédios harmoniosos, história por todos os lugares e as ruas limpas tornam-se um charme a mais. Qualquer pessoa fica até constrangida em deixar um objeto largado.

Nos restaurantes e lanchonetes, as mesas livres estão sempre esperando o próximo cliente. Não vi ninguém com aquela mania horrível de deixar pratos e copos usados largados para alguém limpar (ou os atendentes são bem rápidos ou as pessoas já adquiriram o hábito  de limpar sua própria sujeira). Até o banheiro de um trem e do McDonalds têm condições higiênicas básicas para uso. Ótimo para os  turistas que querem ficar o dia inteiro visitando a cidade. As luzes deixam a limpeza mais evidentes, especialmente em lugares sofisticados como a Galeria Lafayette. O chão é quase um espelho.

Os garis de Paris trabalham menos e a cidade agradece.  Equanto isso, no Rio de Janeiro…

Campanha do dia:  Bem simples: Jogue o lixo no lixo

Procurei, mas não achei sujeira nas ruas nobres de Paris
Tudo limpinho, em frente ao Moulin Rouge
Imagina se em uma loja dessas alguém encontraria sujeira..
Galeira Lafayette

O que o Rio de Janeiro deveria aprender com Bruxelas

Uma estação de trem em Bruxelas

Em 2011, tive a maravilhosa oportunidade de viajar para a Europa. Foram tantos momentos incríveis, que precisava compartilhar no blog. O continente pode estar em crise, mas o fato é que jamais perderão a classe de primeiro mundo. O Brasil está achando que vai chegar no mesmo patamar em breve. A economia até vai bem, mas o padrão social é outro. O Rio de Janeiro poderia ser tão melhor, se o povo seguisse algumas dicas. Então, aí vão.

A minha primeira parada na Europa foi em Bruxelas, na Bélgica. A cidade é sede da União Europeia, mas confesso que só fui para lá para encontrar minha amiga, Maite. Que surpresa maravilhosa! Logo que chegamos na estação de trem, ficou claro que o nível de organização é outro. Metrô, trens locais. inter-regionais e até internacionais se encontram em algumas estações, mas cada um no seu quadrado e todo mundo se entende. Informação não falta e olha que eu não falava nem francês e muito menos holandês. Minha amiga Carol até me ajudou, mas o fato é que conseguíamos nos entender com os mapas e funcionários. Além disso, tanto no metrô quanto no trem, as pessoas compram bilhetes porque são honestas, já que as catracas estão sempre abertas. É isso mesmo, qualquer um pode passar, mas quase ninguém faz isso. De vez em quando, alguns fiscais abordam os passageiros dentro dos vagões, para confirmar se o bilhete foi comprado. Mas, provavelmente, estrangeiros espertinhos que devem ser punidos com uma multa. É, tem punição para quem burla a lei e, pelo o que vi, funciona bem.

Além disso, algo essencial que DEVERIA ter logo nas estações de metrô, trem e pontos de ônibus do Rio de Janeiro, é o painel digital que informa quanto tempo falta para o veículo chegar no ponto em que você está. As estações mais próximas são ilustradas por bolas. A acesa indica o local onde está o veículo mais próximo. Um contador mostra quanto tempo ele vai chegar na sua estação. Simples, prático e muito útil, especialmente para o seu preparo psicológico.

Pois é, quem dera que de uma estação de metrô a gente pudesse pegar um trem  (lindo e limpo, aliás) e ir para qualquer lugar da cidade e do país. Fica a dica, Júlio Lopes.

Campanha do dia: Honestidade pega bem, acredite. Por uma cidade melhor, dê o exemplo e respeite as leis.

Carol e eu, no vagão super confortável!
Eles servem até lanchino nos trens internacionais! (viagem durou em média 2h)
Reencontro com Maite, no lindo parque Cinquantenaire!

Surpresinha marrom

Nunca é confortável usar um banheiro público, aquele que é compartilhada por mais de uma pessoa que você não conhece. Evito usar o vaso sanitário que está com a tampa fechada. Mas, quando não tem jeito, já começo a me preparar psicologicamente. Afinal, é possível encontrar uma surpresa ao abrir a tampa. O pior, e o motivo de existir um preparo psicológico, é a probabilidade de encontrar o número 2 de outra pessoa lá, boiando… Não dá para acreditar que alguém simplesmente esqueça de dar a descarga após “eliminar o excesso”. Mas é um fato (e mais comum do que deveria), tem gente que esquece. Pior para quem vai usar o banheiro em seguida. É uma situação completamente desagrádavel. Não entendo a razão, mas começo a acreditar que Freud estava certo quando dizia que os egocêntricos gostam até de olhar para a própria cagada. E, pelo visto, como tem egocêntrico por aí. O orgulho é tanto que eles  fazem até questão de deixar a “obra de arte marrom” para os outros verem.

Campanha do dia: É simples, DÊ A DESCARGA! E fácil e evita muitas cenas desagradáveis.

O que será que tem aí dentro?

Aquele beijo

Um dia de sol no Rio de Janeiro e decido ir até Copacabana. Entro no ônibus saboreando um delicioso picolé de tangerina e sento no banco. Do meu lado, um casal inspirado até demais na nova novelas das 19h da globo. Os dois nem pareciam notar que estavam em um espaço público e davam AQUELE BEIJO, sem vergonha nenhuma. De qualquer lugar do ônibus era impossível não ouvir os barulhos ou tentar ignorar as línguas que pairavam pelo ar em busca de outra. Alguém comenta: “Get a room!” (ou, em português, arrumem um quarto).  O casal só ri e continua a longa e intensa despedida.  Quando finalmente chega o ponto da beijoqueira (inclusive, o meu também), ela se levanta, ajeita a saia que  (por que será?) saiu do lugar e sai.  Crianças não entraram no ônibus e quem estava comentou. É, audiência acho que o casal conseguiu, pelo visto eles não estava nem um pouco interessados em privacidade…anota aí, Miguel Falabella!

Campanha do dia: Demonstrações de afeto em público podem ser fofas, mas em excesso são contrangedoras. Deixe AQUELE BEIJO para um lugar mais reservado ou apropriado. No ônibus, definitivamente, não pega bem.